Provavelmente, algumas pessoas se lembram das aulas de biologia no Ensino Médio, quando disseram que o apêndice não tem a menor importância e que só serve para infeccionar. Milhares delas retiram o tal e vivem felizes sem ele, e, por essa falta de função, vem diminuindo de tamanho ao longo da evolução. Pois bem, estudos recentes dizem que ele não é tão inútil assim e que produz uns glóbulos para o nosso sistema imunológico. Mas isso não é motivo para ficar triste, pois já encontrei uma nova parte do nosso querido corpo humano que pode substituir o apêndice na questão da inutilidade: o dedo mindinho do pé.
Para quê serve o dedo mindinho? Essa é a grande questão. Questão que comecei a refletir sobre em um fatídico dia de abril, semana santa, quando estava completamente sozinho em casa. Andava pelo corredor, completamente lúcido e feliz, quando meti o maldito dedo na porta. Doeu muito e realmente senti que havia quebrado o filho da puta. Já ia ligar para o médico para dar uma conferida quando pensei: “estou sozinho, não tem ninguém para me levar ao consultório e vou ter que ir de ônibus”. Não que eu não ande de ônibus, mas será que valia a pena todo esse trabalho por causa de uma coisa tão pequena e ínfima?
Comecei a me imaginar sem o dedinho do pé. Continuaria andando, continuaria correndo, se eu fizesse exercícios físicos, continuaria fazendo. Que prejuízo teria? Claro, existe a função estética do dedo mindinho, já que um pé com cinco dedos deve ser mais bonito que um de quatro, mas nada que eu não superasse. Tirando isso, realmente não vi muita utilidade e acho que, se você pensar bem, não vai achar também. E não venha me falar que o dedo mindinho é importante para o equilíbrio do corpo humano.
Para completar vi o óbvio: o dedo mindinho é o menor dos dedos. Provavelmente, por ser tão ridículo, ele foi diminuindo com o tempo até que vai chegar o dia que ele irá sumir. Dou, então, este conselho: seja mais rápido do que a evolução e corte seu dedo mindinho fora, pois ter quatro dedos será uma tendência daqui há algumas gerações.
Eu já cortei o meu.