"o ano está acabando.. de novo.. passou tão rápido não?"

O nosso querido "Cantinho Louco" já completou mais de um ano e um mês de vida e ninguém lembrou de dar parabéns à ele. Resolvi re-publicar aqui um dos primeiros textos do blog, do dia 20/12/2007. Sobre ufanismos de final de ano, aqui vai:

Odeio ufanismos de final de ano, principalmente os da Globo. Aquelas musiquinhas felizes me doem a espinha! Aliás, não sou simpático a manifestações exaltadas de cunho ufanista em geral.

Repudio a supercobertura da decisão da FIFA da copa do mundo de 2014 ser no Brasil, e morro de preguiça do Galvão Bueno e o amor incondicional que o jornalismo esportivo em geral instiga pela “seleção”. Vejam bem, adoro futebol, mas acho ignorância e muito pequeno depositar tanta importância e atenção num time e muito menos achar que a felicidade está nele.
Cabe aqui dizer (ou não) que não gosto também de famílias felizes de comerciais de margarina, da musiquinha do “Fantástico” domingo à noite, nem da Ana Maria Braga, nem da Xuxa, nem do Gugu, e muito menos do Faustão. Não me apetecem muito os filmes de natal e definitivamente musicas sertanejas, principalmente as de amor ou de corno; todas! *Ta bom, eu sei que nem todos esses são ufanismos ou ufanistas, mas eu os odeio também!
Não muito pessimista em relação ao futuro, mas tento não me iludir com bobagens. Acredito que esses ufanismos-vendidos na televisão, que só buscam audiência, tanto quanto na publicidade em geral, têm uma influência terrível na ideologia e na moral da sociedade. É fato, e tenho de reconhecer, que estes são produtos de um sistema perverso, excludente e meritocrático que, de várias formas procura controlar os “desfavorecidos”, entre elas: dar a eles falsas esperanças de se tornarem favorecidos, quando uma ínfima parcela destes o faz de fato. É aí que se inserem os ufanismos, eles fomentam ingênuas esperanças e, além disso, distorcem nossa visão de mundo.
Quem disse que a festa é nossa, que a festa é minha e, pior; que ela é de quem quiser? O sô João, que ta passando o reveillon sozinho no seu barraco na roça, assistindo a sua tv preto-e-branca com um cabide na antena e de chapéu por causa da goteira, não ta achando o maldito do dia 31 uma festa!
Poderíamos ser ingênuos e dizermos que esses ufanismos “dão esperança a quem não pode ter nada”, grande bosta! Se não pode ter nada, porque alimentar falsas esperanças? Muito melhor seria dar alguma possibilidade de ter algo mais do que o “nada” a essas pessoas.
Dos 180 milhões de brasileiros, quantos passam o reveillon com a globeleza?
Não condeno de todo o ufanismo, afinal precisamos de algo para sonhar, somos humanos (eu acho) não? Só queria aqui desejar a todos boas festas (ufanismo) e alerta-los contra os perigos sonhar muito alto no final do ano, façam sim planos para o ano que vem, mas vão com calma! E por favor, não sobrecarreguem o bom velhinho pedindo mundos e fundos! Um voto de "tudo de bom" pra todos os leitores do cantinho e, novamente se sintam abraçados todos que leram esse texto, dessa vez estou tomado pelo “espírito do natal”!