A pedidos de um grande amigo..

Um texto que ele escreveu a favor do movimento Machinista, ou famigerado movimento Caracú, que agora está a ressurgir como.. como a Fenix não que fenix é nome de baitolinha.. como um legítimo Caracú-Com-Ovo direto dos anos 70.

"Caracu


A pergunta que nos leva diretamente ao ponto é: O que houve com a masculinidade? Onde estão os Machos deste planeta, que até certa época dominavam um mundo sem vez para as frescuras? Sumiram. Todos eles. Desde o fim das sociedades patriarcais não se vê mais um Homem Que é Homem – de agora em diante tratado pelo apodo de Caracu.
Este é um importante assunto, no qual tenho dissertado em minha Mamografia. Não quero que pensem que sou um filósofo ou um cientista assíduo. Não sou um cara inteligente nem nada que o valha. Sou apenas um metro e sessenta e oito de estrume brotando numa poça de vomito, que anda preocupado com a cada vez mais intensa falta de Caracus neste mundo. Deixando minhas excentricidades de lado, vamos logo ao assunto.
A gíria jovem "sair do armário" é empregada quando alguém decide explodir em mil fagulhas douradas e gritar aos quatro cantos do mundo “EU SOU!”. Não raramente, o fato de sair-se do armário não implica o ser tornar-se uma pavoa esvoaçante cheia de plumas, peles e paetês. Na verdade, a maioria dos "desarmonizados” são discretos como nerds que jogam Age of The Empires. Em vista da proliferação destas palhaçadas, que têm lugar tanto nos movimentos metrossexuais e na filosofia dos emocores (se é que pode chamar aquela putaria e viadagem sem limites de “filosofia”), como nos movimentos feministas, a imagem de um Caracu ideal foi completamente sufocada e considerada atualmente como machista, suja e obsoleta. Como dizem os cabeleireiros, “Aiiii! Tá sffuper fo-ra-de-mo-da!”.
Fazendo um balanço entre os dias de hoje e os tempos dourados da heterossexualidade, vemos que outrora o pai proibia o filho de fazer a barba, mandava-o casar aos 16 anos e qualquer manifestação de homossexualidade, mesmo que mínima, era motivo para uma bela surra de cinto. A profissão que os garotos sonhavam em seguir era a de bandeirante. Verdadeira profissão de Caracu. Como se sabe, os bandeirantes antes de partirem para uma expedição, subiam num morro, baixavam as calças, esperavam por uma ereção e seguiam na direção que o pau apontasse. E hoje? Temos um pai que incentiva o filho a por brinquinho em uma orelha e a fazer Arquitetura, o proíbe de brincar com bonecos do Comandos em Ação e jogar jogos de tiro, sob o pretexto de que “banalizam a violência”, o impede de ouvir Rock’n’Roll, achando que é pesado demais, e o põe para ouvir Abba e Bee Gees, porque lá na sua época, esse som era a maior brasa, morô?
São estes motivos, dentre outros, que o nível de homossexuais tem aumentado tanto nestes últimos tempos. Segundo o jornal Times New Roman, o número de veados no século XX e início do XXI, aumentou 2424% se comparado com os séculos em que movimentos femininos inexistiam.
Sim, eu estou sendo machista. Esse hábito de “ouvir as mulheres” e entendê-las, estimula o desenvolvimento do lado feminino no homem, o que mais tarde o fará gostar de sentar num salame.
Isso é uma vergonha. Ainda mais para um país como o nosso, que foi feito por verdadeiros Caracus. Os desbravadores do nosso interior bravio não tinham nem jeans, quanto mais do Pierre Cardin. O que seria deste país se Dom Pedro I tivesse se atrasado no dia 7 em algum cabeleireiro, fazendo massagem facial e cortando o cabelo à navalha? E se tivesse gritado, em vez de "Independência ou Morte", "Independência ou Alternativa Viável, Levando em Consideração Todas as Variáveis!"? Você pode imaginar o Rui Barbosa de sunga de crochê? O José do Patrocínio de colant? O Tiradentes de kaftan e brinco numa orelha só?
Por mais estranho que isso soe, é assim que nossos “homens” são hoje em dia. Eu pessoalmente culpo os franceses, que desde pequenos já faziam biquinho pra falar e comiam Petit Gateau, e após a Revolução, espalharam suas idéias erradas para o resto do mundo. Eu mesmo admito ter sido afetado pela viadagem, por ser vaidoso demais e andar cheiroso e arrumado. Uma imagem de sofisticado que eu mantenho só para ver se eu faturo umas minas. Mas meu lado Caracu ainda hiberna em meu interior, roncando e peidando como um porco, pronto para despertar na hora certa, no meio de uma prática de amor depravado, como um touro em uma sessão de acupuntura com pregos de caixão, ao som de Motorhead e regado à Malzbier quente.
Existe um Caracu dentro de cada brasileiro, sepultado sob camadas de civilização, de falsa sofisticação, de propaganda feminina e de acomodação. Sim, de acomodação. Quantas vezes, atirado na frente de um aparelho de TV vendo a novela das 8 — uma história invariavelmente de humilhação, renúncia e superação femininas — você não se perguntou o que estava fazendo que não dava um salto, vencia a resistência da família a pontapés e procurava uma reprise do MacGyver em outro canal? Caracu só vê futebol na TV. Bebendo cerveja. E nada de cebolinhas em conserva!
Devem agora estar se perguntando o que fazer para ser um True Caracu. É o ponto mais importante de toda esta história.
Um verdadeiro Caracu não come Nutry, canapés, cebolinhas em conserva ou qualquer outra coisa que leve menos de 20 segundos para mastigar e engolir. Um Caracu só vai ao cinema ver Tom Cruise, Orlando Bloom, Rodrigo Santoro e Brad Pitt quando a mulher insiste muito, e ainda assim passa todo o filme tentando ver as horas no escuro. Caracu não gosta de comédias românticas e de musicais. Caracu gosta de filmes com Charles Bronson, Chuck Norris, Clint Eastwood e Van-Damme. Caracu não ouve Tina Turner, Madonna, Village People ou Shakira, que é tudo coisa de fresquinha. Caracu ouve The Doors, Deep Purple, Sidney Magal, Nelson Gonçalves e Lindomar Castilho. Caracu admira todas as cantoras da MPB, pois “elas” conseguem ser mais macho que ele mesmo.
Se quiser ver um Caracu no momento mais baixo de sua vida precisa vê-lo no balé. Na saída ele diz que até o porteiro é veado e que se ver mais alguém de malha justa, mata. Caracu arrota, peida e não pede desculpas.
No futebol Caracu é beque central, cabeça-de-área ou centroavante. Meio-de-campo é coisa de bicha. Mulher do amigo de Caracu é homem. Caracu não tem amizade colorida, que é a sacanagem por outros meios. Caracu não tem um relacionamento adulto, de confiança mútua, cada um respeitando a liberdade do outro, numa transa, assim, extraconjugal mas assumida, entende? Que isso é papo de mulher pra dar pra todo mundo. Caracu acha que movimento gay é coisa de veadinho.
Coisas que você jamais encontrará em um Caracu: batom neutro para lábios ressequidos, pastilhas para refrescar o hálito, entradas para um espetáculo de mímica.
Coisas que você jamais deve dizer a um Caracu: "Ton sur ton", "Vamos ao balé?", "Prove estas cebolinhas".
Coisas que você jamais vai ouvir um Caracu dizer: "Assumir", "Amei", "Minha porção mulher", "Acho que o bordeau fica melhor no sofá e a ráfia em cima do puf".
Um Caracu, assim como eu, ainda acha que é possível regenerar a imagem do macho Brasileiro, e vamos todos nos unir em uma campanha em prol da masculinidade. Só não vamos nos reunir muito seguidamente porque pode parecer coisa de bichinha. "

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*Por Couto... Que pela iniciativa será efetuado a partir de agora como o mais novo estagiário de nossa equipa de gentes loucas daqui!